quinta-feira, 5 de novembro de 2015

PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE TEXTO
Continua a história a partir da frase “Até que um dia Quininho criou a sua própria família. Casou.”

            Quininho e a sua mulher, Iva viveram felizes a partir daí. Às vezes cuidavam da Ana, a filha do João, o irmão do Quininho. Ela tinha três anos e adorava brincar com o Tom. Brincava com ele como se fossem primos, e Tom adorava as brincadeiras.
            Quininho observa-os a brincar, e pensou que chegara a hora de terem um filho.
Passado um ano nasce o Ricardo. Uma vez que a Aninhas e o Quininho já tinham com que se entreter, Tom pensando, que já não era importante para esta família, entrou na caixa do correio dos vizinhos da frente.
A família Gonçalves, os vizinhos da frente, tinha um filho, o Gonçalo, um menino travesso, que se divertiu, durante sete anos, a fazer patifarias ao Tom: puxava-lhe as patas traseiras, descosia-o e, como se não bastasse, comia-lhe aqueles bagos de arroz deliciosos, um a um.
Até que um dia, um sapo fêmea, que também já tinha sofrido naquela casa, salvou o sapinho. Quando o encontrou, Tom já estava fraquinho e quase a perder os sentidos. Pegou-o ao colo e levou-o para a casa de quem a tinha tratado em tempos.
Com muito cuidado, coseram-no. Ficou com uns remendos lindos!
Mal abriu os olhos, qual não foi o seu espanto ao ver Quininho! Abraçaram-se de felicidade. Tom reparou como o Quininho tinha envelhecido! Até já tinha mais dois filhos: a Inês, com cinco anos, e o Joãozinho com um.
Logo de seguida, o Quininho pensou em fazer, nesse mesmo dia, uma festa para comemorar o regresso inesperado do Tom. Nessa festa, o sapo fêmea apresentou-se ao Tom. Chamava-se Ângela. Era tão bonita que se apaixonou loucamente por ela!
Três anos mais tarde, o Tom e a Ângela casaram-se.
Dois anos depois, tiveram gémeos, o Cocas e a Angélica.
Quem sabe o que virão a ser no futuro?! Cocas, um ator casado com a Miss Piggy, talvez. E a Angélica…
O Tom já tem família, tal como o Quininho.
Todos viveram felizes para sempre!

Daniel Fonseca, nº5   - 7ºD
Tom, um final diferente


        Então, Tom meteu-se por entre as ervas que eram verdes e fresquinhas. Foi andando, andando, até que chegou a um ribeiro. Aí encontrou vários bichos, entre os quais a rã Joana, a rã Josefa, a rã Braçolas e uma rela muito verde e talentosa que cantava, desenhava, dançava, corria muito rápido, lia bem e era muito boa aluna, o que é muito bom!
A rã Joana era muito bonita e charmosa, nada parecida com as irmãs invejosas e horríveis.
A pior de todas era a rã Josefa, logo seguida pela rã Braçolas que era muita tímida e rugosa. A rã Joana contou-lhe que a rã Josefa a obrigou a obedecer-lhe e a ser muito mal-educada.
Tom perguntou à rã Joana se ela o deixava ficar ali por uns dias, ao que ela respondeu que adoraria tê-lo ali por perto, pelo menos teria alguém com quem conviver.
Passados uns dias, Tom fez trinta e dois anos, tal e qual como o seu ex-companheiro, Quininho. Nessa mesma noite, a rela organizou uma grande festa onde penduraram um candeeiro numa telha velha que lá tinham e fizeram um concurso de dança onde a rela era a apresentadora. Correu tão bem, que quem ganhou foi o Tom e o a rã Joana!



Inês Maia, 6ºH
O soldado vermelho

        Havia numa casa um menino pequeno que gostava de brincar às lutas e que também tinha o seu parceiro de guerra, um soldado de plástico. Mas não era um plástico qualquer, era um plástico vermelho. O menino chamava-se Joaquim e o nome que ele deu ao soldado foi Agostinho.
O Joaquim e o Agostinho viveram muitas aventuras, no quarto, na sala, na cozinha, viveram muitas guerras e travaram muitas batalhas. O soldadinho gostava muito de Joaquim.
Até que, um dia, o soldado partiu uma perna. O Joaquim viu-se aflito para arranjar Agostinho, foi à procura de cola para colar mas não encontrou. Então, pegou numa perna verde de outro boneco, tentou encaixá-la e conseguiu. O Agostinho já não era só vermelho, era vermelho e verde, e isso fazia-lhe um pouco de impressão. Ele achava que era como ter gesso na perna. Mas, àquela hora, Joaquim já não podia fazer mais nada, pois era a hora de ele se deitar.
No dia seguinte, quando acordou, pisou alguma coisa… Era a perna do Agostinho! Joaquim também acabou por encontrar a cola, colou-lha e ficou tudo bem, Agostinho voltou a sentir-se um soldadinho de verdade!

Gonçalo Mendes, 6ºH
ENCONTRO COM A ESCRITORA MARGARIDA POGARELL
16 DE OUTUBRO DE 2015

Olá, meninos, bom dia,
Ainda bem que aqui estão.
Guardando com alegria
Esta bela recordação.

Bem-vinda, professora Margarida!
Pogarell de apelido.
Já nos trouxe o Valdemar
Agora, um bicho verdinho.

Este bichinho simpático,
Todos o conhecem por Tom.
É um sapinho lindinho,
Muito verde e engraçadinho!

Tom, Tom, onde estás tu?
Mais uma vez escapou.
Terá saído do CRE?
Ou será que escorregou?

Ah! Lá está ele empoleirado
Sem medo nenhum de nada.
Vem cá abaixo cumprimentar
A nossa querida convidada.

Deixemo-nos de mais atrasos
e passemos ao que interessa.
Vamos passar a palavra ao João
Para esta tão esperada conversa.


Poema: o Sapinho verde

Bom dia, escritora
Margarida Pogarell!
Este é o seu nome
Que é tão doce como o mel.

Somos do 7ºC,
A Lara e a Beatriz,
Temos uma surpresa
Que a vai fazer feliz.

É para nós uma grande honra,
Estar aqui consigo,
Pois é uma bela escritora
E hoje fizemos um novo amigo.

Lemos o seu livro
Que fala sobre um sapinho,
E o seu dono é
O menino Quininho.

Um remendo,
Por cada aventura.
Este sapinho
Faz com cada travessura!

Certo dia,
Deu um grande saltinho.
Um dos remendos abriu-se
E o arroz foi saindo devagarinho.

Mas onde está o Tom?
Onde é que se meteu?
Foi para a estrelinha
Mais brilhante do céu.

Do seu novo esconderijo,
Observava Quininho
A adormecer dois meninos,
Contando-lhes histórias do sapinho.

Se olharmos para o céu,
Ainda o conseguimos ver,
O sapinho de mil remendos,
A embalar-se até adormecer.

O dia de hoje
Está agora a começar.
E esta entrevista,
Vamos agora iniciar.

 Beatriz Rodrigues, nº4 e Lara Inácio, nº15 7ºC
O meu peluche

           Em tempos, tive um peluche do qual não me podia separar. Era o Shrek, um ogre verde, adorável! Eu adorava-o. Ele era o meu companheiro e levava-o para onde quer que fosse. Lembro-me de termos vivido muitas aventuras!
                Vou contar uma delas. A última de todas e de que me recordo com saudade.
                Certo dia, estávamos a brincar às guerras e estávamos a ganhar, quando os meus pais me chamaram para irmos a casa de uns amigos. Como era óbvio, levei o Shrek comigo bem como outros brinquedos para continuarmos a guerra.
                Quando chegámos, fui brincar para o quintal dos amigos dos meus pais, com o Shrek, claro. Brincámos, brincámos, sem nunca nos cansarmos e a guerra lá acabou. Então, decidimos dar a volta ao mundo. Passámos por Paris, onde pudemos visitar a Torre Eiffel, por Londres, onde vimos o Big Ben e continuámos por outros países, sem nunca nos cansarmos. A brincadeira durou horas. Brincámos imenso!
                Quando nos apercebemos, chegara a hora de regressarmos a casa. Arrumei, rapidamente, todos os meus brinquedos na mala que trouxera, incluindo o Shrek. Não me apercebi mas o fecho da mala ficou aberto e ao correr para o carro, o meu amigo caiu. Como era de noite, ninguém se apercebeu da tragédia.
                Estava exausto e mal o carro começou em andamento, adormeci. Nem reparei no fecho da mala, mas assim que cheguei a casa e vi o maldito do fecho aberto… percebi tudo. Chorei imenso. Estava inconsolável, no entanto, mais tarde percebi que não devia estar triste pois de certeza que algum menino o teria encontrado e iriam realizar bonitas aventuras, como acontecera comigo.


André Gama, nº2 – 7ºD
A NOSSA ESCOLA - Quadras

Quando cheguei à escola
Não sabia o que fazer
Não sabia o caminho
Para à sala ir ter

Vi uma amiga minha
Junto a uma sala
Fui até junto dela
E pousei a minha mala

Dali via-se tudo
Via-se, muito bonita,
Toda a antiga escola
Já bastante velhita

Deu o toque para entrar
E viu-se o professor
Entrámos um a um
Com um pouco de pavor

Até ao resto do dia
Foi sempre tudo igual
Copiar sem parar
E sem abrir o manual


Quando voltei para casa
Senti-me muito feliz
Já estava com saudades
Do meu “pequeno país”

Mas hoje em dia a escola
É já minha companheira
Passou a ser parte importante
Da vida à minha maneira


Duarte Esguedelhado, 7ºC
Entrevista à escritora Margarida Pogarell

Pela segunda vez, na nossa escola, tivemos o prazer de privar com a escritora Margarida Pogarell, que nos deleitou com mais algumas das suas aventuras, desta feita, através do seu novo conto, O Sapinho Verde.

Carolina- Tem ido a várias escolas conversar com os alunos sobre os seus livros. O que tem sentido?
Escritora- Aprendi imenso com os alunos. Hoje, de manhã, eu já contei, que quando cheguei, fiquei com o coração cheio de ternura, de carinho… é muito bonito falar convosco. Também é engraçado saber e verificar o que pensam sobre aquilo que eu escrevo e que fazem imensas perguntas às quais nunca pensei que poderiam existir. E isso é fascinante.

Nuno- O que a levou a escrever esta história? Qual foi a sua fonte de inspiração?
Escritora- A minha fonte de inspiração é qualquer coisa que me “toca”, pode ser uma notícia na televisão, palavras, enfim… Quando isso acontece, sei que passados uns dias começo a escrever. O que me levou a escrever esta história foi uma entrevista que ouvi no caminho de casa com um senhor que é jornalista desportivo e que é muito conhecido na Alemanha. Na entrevista, ele falava da sua carreira, das coisas que ele tinha feito. No fim, a senhora que o entrevistava perguntou-lhe: “Eu sei que quando era pequenino tinha algo que adorava e que não conseguia deixar”; ele ficou emocionado e respondeu que tinha tido um sapo de pano cheio de remendos. Fiquei muito emocionada com aquilo e foi daí que surgiu a história.

Miguel- Das personagens das suas histórias, com qual se identifica mais?
Escritora- Identifico-me mais com o Valdemar porque ele é um bichinho cheio de emoções e cheio de ideias.

Rafael- Como escolhe o nome das suas personagens? O nome Quininho foi baseado em alguém seu conhecido?
Escritora- O nome Quininho é de um menino de dois anos, portanto, é real. As minhas personagens recebem nomes que me tocam, e de brincadeiras minhas com as personagens.

Mikelly- Teve algum brinquedo na sua infância que ainda o conserve?
Escritora- Sim, tive uma boneca que ainda hoje tenho. Quando as pessoas entram no meu quarto, lá está ela sentada numa cadeira.

Inês- O peluche de que fala existiu ou existe mesmo?
Escritora- O peluche de que eu falo, sim, existiu mesmo.

Diogo- Porque é que as personagens dos seus contos são sempre animais?
Escritora- As personagens dos meus contos não são sempre animais, também há humanos mas às vezes calha serem animais.

Tomás- Também tem medo de sapos como tinha de gafanhotos?
Escritora- Sim, tinha mas hoje em dia esse medo já está ultrapassado.

Beatriz Amiguinho- Porque é que no Valdemar e no Sapinho verde as personagens principais morrem?
Escritora- Bem, é um facto que elas fisicamente desaparecem e a isso nós chamamos morte. Contudo, o desaparecimento físico das minhas personagens é um desaparecimento que é cheio de carinho, de ternura e que deixa o coração cheio. Quer o Valdemar, que deixa a menina com a sensação de que teve um amigo fantástico, como o nosso amigo Tom deixou imagens muito boas e recordações muito boas, de muito carinho, de um menino que teve. Tanto que ele depois fala aos filhos sobre o sapinho. Efetivamente, eles desaparecem fisicamente mas continuam vivos duma forma muito forte no coração das pessoas e a influenciar de uma forma positiva a vida das pessoas com quem estiveram. Além do mais, não sei se repararam, eu fi-lo desaparecer fisicamente mas o livro tem dois fins. No primeiro fim, vocês poderiam ter terminado aí e terem imaginado que ele continuaria a fazer milhares de coisas e vocês próprios inventariam um fim diferente. Eu, efetivamente, deixo desaparecer as minhas personagens, não todas, pois vocês ainda não leram as histórias de Lua e a Lua não desaparece. A minha menina não desaparece, ela continua a viver aventuras muito engraçadas, no fundo do mar, com as sereias e com as princesas indianas. Efetivamente estas personagens desaparecem fisicamente mas ficam dentro do coração.

Bruno Moreno- É a primeira vez que lemos um conto em que o seu final aparece invertido. Porque o fez?
Escritora- Vocês leram o fim, não foi, se não, não tinham colocado essa pergunta, e viram que ele se transforma num campo de arroz, num arrozal. Ele ao transformar-se num arrozal, deixa muitas coisas para trás: ele deixa alimento para os amigos, ele deixa esconderijo para os amigos, ele deixa um espaço verde e bonito para os amigos se sentirem bem e ele sabe que os amigos estão bem. Ele desapareceu fisicamente, mas tudo o que ele deixou para trás na vida foi tudo muito positivo e os seus amigos irão sempre pensar nele.

Ana- Já tem em mente outro livro?
Escritora- Sim, eu tenho em mente outro livro. Neste livro a personagem não vai desaparecer fisicamente. Prometo. Vai ter o nome de Acácia e a Acácia, para além de ser uma árvore e com flores lindíssimas, é o nome também de uma menina que eu conheço. É uma menina muito bonita. Conheço-a mas só de a ver uma única vez. Eu iniciei o livro em África, estava de férias… a história vai passar-se numa escola, o Valdemar vai entrar de novo, acho que vocês vão perceber porquê e quando eu digo que as personagens desaparecem fisicamente e não de outra forma. (…) E para a escola da Ana Catarina vem uma menina e essa menina é a Acácia. Esta menina tem um pequeno problema, é deficiente. (…) O livro vai-lhe ser dedicado e penso que o conseguirei publicar para o ano.

Sílvia- Será que há versões dos seus dois contos em alemão?
Escritora- Em alemão existe penas O Valdemar. O Sapinho Verde ainda não existe em versão alemã.

Daniel- Alguma vez pensou em escrever uma história com a ajuda de crianças?
Escritora- Quer acreditem ou não, já pensei nisso. Aliás, os meus alunos já me fizeram essa proposta, mas até agora ainda não conseguimos escrever a história a várias mãos. Tenho uma turma mais ligada às leituras, às histórias, às aventuras e que já me fez essa proposta.

Nádia- Qual a sensação de ser conhecida por muitas pessoas?
Escritora- Essa sensação é que é assim mais estranha. Não estamos habituados a que nos reconheçam na rua e a sensação de poder entrar num espaço e haver alguém que nos conhece e que naquele momento não reconhecemos imediatamente, porque nós não fixamos todas as pessoas, não é por mal, é que é um pouco estranha. Mas como normalmente eu sou muito sossegadinha, eu acho que quase ninguém dá por mim!

Joana- Foi fácil adaptar-se às tradições e à língua alemã?
Escritora- Não é fácil. Não é fácil emigrar, não é fácil viver num país estrangeiro e não é fácil viver num país estrangeiro, pensando construir lá uma vida. Não é fácil pela língua, como imaginam, o alemão não é fácil, mas também porque as mentalidades são bastante diferentes. Contudo, é muito bonito quando conseguimos abrir a nossa mente, o nosso coração para que essas novas coisas influenciem a nossa vida. É muito bom porque nos dá uma visão muito diferente das coisas. Nós estarmos abertos a novas experiências e a novas influências aumenta a visão sobre as coisas e a forma como as vemos, como as analisamos porque há sempre vários olhares sobre as coisas. Devemos estar sempre abertos a novos olhares.

João Fonseca- É bom viver na Alemanha? Por que motivo foi para lá?
Escritora- Eu gosto de viver na Alemanha mas tenho a vantagem de poder vir várias vezes a Portugal, uma vez que sou professora e nas minhas férias, sempre que estou livre, estou aqui, nesta zona, a passar férias, a ver o mar, a ver os amigos, e a cozinha portuguesa e tudo isso. Eu gosto de viver na Alemanha e é engraçado que sempre que chego cá a baixo, sou um pouco mais portuguesa e quando chego à Alemanha, sou um pouco mais alemã, contudo, eu não sou nem portuguesa nem alemã. Eu ando assim entre os mundos, assim um pouco como o Valdemar. A razão por que fui para a Alemanha, foi uma das razões mais bonitas que podemos ter para emigrar. Há muitas razões como vocês sabem: a guerra, a fome, o não haver trabalho… Eu fui uma menina feliz, tive das melhores razões para emigrar: apaixonei-me por um príncipe alemão, para mim era um príncipe. Conheci o meu marido, casámos e pari para a Alemanha.

João Duarte- Não pensa regressar a Portugal?
Escritora- Definitivamente, definitivamente vai ser difícil. Como já afirmei, não sou nem portuguesa nem alemã, sou uma mistura. Portanto, eu vivo muito bem nos dois mundos e se me decidir por um mundo, vou ficar muito triste, se me decidir pelo outro, vou ficar triste. Eu tenho amigos nos dois espaços. Daí, eu creio que vá manter este ritmo de Alemanha- Portugal, Portugal- Alemanha. E de vez em quando, África.

(transcrição da entrevista: Ana Nunes, 9ºB, e professora Lígia Pereira)